sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

RÚSSIA - Aterrissando em Moscou

Após 3 cafés da manhã (um no vôo de São Paulo a Londres, outro no Starbucks do aeroporto de Heathrow e o último no vôo de Londres a Moscou) aterrissamos por volta das 16 hs  numa das cidades mais emblemáticas da Rússia: Moscou.
Ai que frio na barriga! Estávamos entrando na “Cortina de Ferro”. Este termo é para os mais antigos, como eu. Passei a infância ouvindo as tias falando dos horrores dos países comunistas e rezando dia e noite ( antes de 1964) para que o regime não fosse implantado no Brasil. Veio à mente uma recordação de infância: o dia em que gastei toda a minha pequena mesada em um único impulso porque “o comunismo vem ai” e iam confiscar tudo que era da gente.



O aeroporto Domodedovo é bastante zoado, como grande parte dos lugares por onde passamos aqui na Rússia. As pessoas (pelo menos as que trabalham com turismo) são extremamente sem-cortesia. Não diria mal-educadas, mas não fazem nada fora da esfera da obrigação. E o conceito de fila simplesmente não existe. Para fazer as coisas tem que ser no empurra-empurra, muito lei da selva. E obviamente, ninguém fala inglês. Mímica é a linguagem oficial. Mas, apesar da confusão, a recepcionista da Inturist (operadora russa da Tchayka) estava lá. Custou um pouco para eu localizar porque estava com uma placa “Oliveira Viu Degaspare + 1”. Fazia tempo que não era identificada pelo meu sobrenome quilométrico inteiro. Primeiro fato que deu origem à teoria da Gabi de que na Rússia tudo é ao contrario.


Mais de uma hora de trânsito infernal (como o de São Paulo) para chegarmos ao hotel. No caminho, “ladas” e prédios no estilo caixa de sapatos, marca registrada do regime comunista.


O hotel Cosmos é um daqueles hoteisões internacionais, com centro de convenções, teatros, restaurantes, etc... de frente para a estação de metrô VDNH, do Centro de Exposição de Realizações Econômicas e do Museu do Cosmos (que visitamos no dia seguinte e vou falar dele em outro post). Tem uma estrutura imponente, na forma de semi cilindro de 26 andares com paredes de alumínio e vidro. Foi projetado e construído por empresas francesas, o que pode explicar a enorme estátua de Charles de Gaulle na entrada.


As acomodações eram as que esperávamos de um hotel de categoria turística na Rússia: quarto com decoração sóbria, banheiro com roupão e amenities de qualidade razoável repostas diariamente.



 A vista da nossa janela era imponente, com o Museu do Cosmos bem ali.


Tinha wi-fi free somente na recepção onde uma multidão de pessoas ficava com seus notes. Mas era muito longe do centro e das atrações turísticas e nos obrigou a jantar nas dependencias do hotel nas 3 noites que ficamos em Moscou.
Nesta primeira noite escolhemos o Pub para o jantar, por ter o melhor sinal para internet em todo o lobby do hotel.  Influenciada por este post da Marcie do Abrindo o Bico, fui direto experimentar um prato típico russo, o pelmeni, mas era sopa de pelmeni, e me pareceu mais um capeletti in brodo. Só em São Petersburgo é que iria comer o verdadeiro pelmeni. No fim da refeição, uma surpresa: a conta veio toda no alfabeto cirílico. Impossível de conferir. Tivemos que ver pelos números e pela ordem de grandeza dos preços dos pratos mesmo, mas conferir de verdade não deu.
E ai, só nos restou ir pra cama tentar driblar o fuso e dormir, pois o dia seguinte prometia muito mais atrações e emoções.

(Este texto foi escrito a 4 mãos com minha filha Gabriela Viu Degaspare, minha companheira nesta aventura)


Veja também a introdução a esta viagem:

RÚSSIA E FINLÂNDIA – Uma Viagem Musical em busca do Sol da Meia Noite...